terça-feira, 30 de março de 2010

Explicando a iluminação.

Na verdade a iluminação é bem simples. Pense nela em termos de habitualmente andar através de uma sala escura, esbarrando em mesas, cadeiras e outras peças de mobiliário. Um dia, por sorte ou acidente, nos encostamos no interruptor que liga a luz. De repente, vemos toda a sala, todo o mobiliário nela, as paredes, e os tapetes, e pensamos, "Veja todas essas coisas aqui! Não me admira que eu ficasse esbarrando nelas!" E enquanto olhamos para tudo talvez com um maravilhamento de ver as coisas pela primeira vez, percebemos que o interruptor de luz estava sempre ali. Apenas não sabíamos, ou talvez apenas não pensássemos sobre a possibilidade que a sala pudesse ser algo diferente de apenas escuro.

- Yongey Mingyur Rinpoche

Para o bem de todos os seres
[...] Shantideva pergunta: "Qual o sentido da raiva?" (6 | 38).

Em qualquer caso, vendo objetivamente, só há dois tipos de inimigos. Ou eles são intrinsecamente hostis -- caso em que se magoar por seu comportamento é tão absurdo como ficar ressentido com o fogo por ele ser quente -- ou eles no fundo têm boa intenção mas sucumbiram temporariamente a uma crise devido aos venenos. Nesse caso também a inimizade não tem sentido: é tão tola quanto ficar ressentido com o céu quando ele está cheio de fumaça.

Além disso, quando alguém me ataca com um bastão, não fico bravo com o bastão, mas com a pessoa que me bate. Pela mesma razão não tem lógica odiar meus inimigos. Eles podem brandir suas armas, mas estão sob o domínio de seus venenos. Então são essas emoções, das quais eles são vítimas, que eu devo ressentir.

Grupo de tradução Padmakara
na introdução do livro "The Way of the Bodhisattva"
de Shantideva (Índia, séc. VII)

Para o bem de todos os seres

domingo, 28 de março de 2010

O espelho das Aparências




Um dia,
um velho camponês tibetano dirige-se à cidade para vender a sua colheita.
Contente, porque fez bons negócios, ele passeia-se pelo mercado
pousando os olhos aqui e acolá.

Mas, então, que estranho objecto brilhante é este, que ele nunca viu...
É um espelho, mas ele não o sabe!
Ele coloca o espelho à sua frente e o que vê? O seu pai !
Comovido por já não estar só, ele compra o objecto brilhante e regressa a casa.

Num baú do seu quarto ele deposita o espelho,
para ver o rosto do seu pai quando a melancolia o invade.

Naturalmente, a sua mulher surpreende-o a abrir e fechar o baú, com os olhos brilhantes,
e muito intrigada, num dia em que ele está nos campos,
ela dirige-se ao quarto, abre o baú, inclina-se e o que vê?
... uma mulher cuja juventude já passou,
os olhos grande abertos de espanto, a boca aberta num grito!

Verde de ciúmes, ela mortifica o marido que, o infeliz,
invoca o seu pai quando ela lhe exige explicações quanto a esta desconhecida!

Uma monja passa por lá, ouve-os discutir e desejando ajudá-los
inclina-se, por sua vez, sobre o baú,
antes de o fechar e de dizer, muito serenamente:
“Não há, aqui, motivo nenhum para discutirem... é uma monja!”


Kalou Rinpoché


(Imagem: espelho tibetano, séc.XVII

Tradução do original francês in http://www.buddhachannel.tv/portail/spip.php?article9640 )

terça-feira, 23 de março de 2010

A Natureza da Natureza

"Há, no tempo, e haverá sempre, uma dimensão de degradação e dispersão. Nenhuma coisa organizada, nenhum ser organizado pode escapar à degradação, desorganização, dispersão. Nenhuma coisa viva pode escapar à morte. Os perfumes evaporam, os vinhos azedam, as montanhas achatam-se, as flores murcham, as coisas vivas e os sóis regressam a pó. Toda a criação, toda a geração, todo o desenvolvimento e, mesmo, toda a informação deve ser paga na entropia. Nenhum sistema, nenhum ser se pode regenerar isoladamente."
- Edgar Morin, La Nature de la Nature (1977)

segunda-feira, 15 de março de 2010

A Little Pinch

When you are practicing generosity, you should feel a little pinch when you give something away. That pinch is your stinginess protesting. If you give away your old, worn-out coat that you wouldn’t be caught dead wearing, that is not generosity. There is no pinch. You are doing nothing to overcome your stinginess; you’re just cleaning out your closet and calling it something else. Giving away your coat might keep someone warm, but it does not address the problem we face as spiritual practitioners: to free ourselves from self-cherishing and self-grasping.

— Gelek Rimpoche, "Generosity (and Greed)" (in Trycicle Spring 2010)

domingo, 14 de março de 2010

Mantra de Padmasambava, Guru Rinpoche em tibetano.

http://www.youtube.com/watch?v=wqandfwFTBc


Para o bem de todos os seres.

Padmasambava e Yeshe Tsogyal

"Não confunda meras palavras com o significado dos ensinamentos. Funda a prática com o seu ser e alcance já a libertação do samsara."Padmasambava

Padmasambava é o mestre fundamental do Vajrayana que são os ensinamentos para a nossa época. Por grande compaixão e sabedoria instruiu a sua discípula principal, Yeshe Tsogyal, que escondesse tesouros terma a seresm revelados em épocas predeterminadas para praticantes futuros. A profundidade dessas instruções é para ser aplicada individualmente por qualquer pessoa em qualquer circunstância. É uma obra clássica que contém verdades válidas para qualquer um que deseje seguir um caminho espiritual."A principal compiladora dos ensinamentos de Padmasambava foi Yeshe Tsogyal, uma emanação búdica feminina. Há, provavelmente, algumas pessoas que acreditam ser somente possível aos homens alcançar a iluminação, mas a vida de Yeshe Tsogyal é uma prova do contrário. O estado desperto da mente não é masculino nem feminino.
"Tulku Urgyen Rinpoche, do Ensinamento Introdutório.Yeshe Tsogyal foi a consorte mística e a maior discípula de Padmasambava. Ela o serviu perfeitamente e o ajudou a propagar seus ensinamentos, principalmente escondendo tesouros espirituais a serem descobertos posteriormente para o benefício de discípulos futuros.Padmasambava, também conhecido como o Professor Uddyana Nascido do Lótus e como Guru Rinpoche, durante o reinado do rei Trisong Detsen, subjugou as forças malignas hostis à propagação do budismo no Tibet, difundiu os ensinamentos vajrayana e escondeu inúmeros tesouros espirituais para o benefício de gerações futuras. Padmasambava é venerado como o Segundo Buda, cuja vinda para ensinar o Vajrayana foi profetizada pelo primeiro buda Shakiamuni.
Textos de contra-capa e orelhas do livro "Ensinamentos do mestre que nasceu do lótus", Editora Makara
(tradução de Clarita Maia de "Advice from the Lotus Born") 2009.
http://www.snowlionpub.com/data/img2/adlobo.jpg

http://makara.com.br/2008/06/25/livros/

Para o bem de todos os seres

Oito Versos que Transformam a Mente (“Lojong Tsigyema”, escrito por Geshe Langri Tangba)

1.Com a determinação de alcançar o bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.

2.Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender a pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas,e, com todo respeito, considerá-las supremas,do fundo do meu coração.

3.Em todos os meus actos, vou aprender a examinar a minha mente e, sempre que surgir uma emoção negativa,pondo em risco a mim mesmo e aos outros,vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.

4.Vou prezar os seres que têm natureza perversa e aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,muito difícil de achar.

5.Quando os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa,ou a insultarem e caluniarem,vou aprender a aceitar a derrota,e a eles oferecer a vitória.

6.Quando alguém a quem ajudei com grande esperança magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,vou aprender a ver essa outra pessoa como um excelente guia espiritual.

7.Em suma, vou aprender a oferecer a todos, sem exceção,toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,E a tomar sobre mim, em sigilo,todos os males e sofrimentos daqueles que foram minhas mães.

8.Vou aprender a manter estas práticasIsentas das máculas das oito preocupações mundanas,e, ao compreender todos os fenômenos como ilusórios,serei libertado da escravidão do apego.

(Extraído do livro "The Union of Blisss and Emptiness", de autoria de S.S.O Dalai Lama, com tradução de Manoel Vidal.)

Para o bem de todos os seres

terça-feira, 9 de março de 2010

O circulo da Imortalidade

http://www.bodhitv.com/view/23/the-circle-of-immortality/


The director, Susan M. Griffith-Jones took refuge with His Eminence Chogye Trichen Rinpoche of the Tibetan Buddhist Sakya tradition. She moved to Nepal in 2001 to make a film about the Holy Dharma. Since that time, she practised listening, reflection and meditation in order to realise that Dharma. Under the guidance and with the blessings of her Root Guru, it took her 6 years to complete the film, until 2007 when His Eminence Chogye Trichen Rinpoche passed into Paranirvana. Indeed, it was during the 16 days of Rinpoche's 'Thukdam' or 'post-death meditational state' that the final editing took place. Due to the coming together of various causes and conditions that happened within those years, Susan wished to express the profound Dharma in this film by focusing on the state of immortality, our natural state of mind beyond concepts, birth and death. The visuals of the film were taken in 3 principal sacred places in Nepal, including Lumbini - the birthplace of Lord Buddha, Maratika - where Guru Rinpoche did extensive long life practise and reached the state of deathlessness and Muktinath - a place high in the Himalayan mountains that Guru Rinpoche visited on his way to Tibet, also known as the 'Place of Salvation'. His Eminence Chogye Trichen Rinpoche once told Susan that the sacred places mentioned above are extraordinary, this then became Susan's driving motivation to reach as many people as possible with these visuals. To these words, Rinpoche added that most importantly one should find the precious nature of mind within one's own mind and rest in that realization. That is the true release from suffering in Samsara.Added on 09-12-2009 by Bodhitv


Mais umas excelentes imagens.




http://tibetinmysoul.ning.com/video/special-inde-nepal-himalaya-p

sexta-feira, 5 de março de 2010

Phayul Mayul - Please Learn About Tibet . . .

Fotos fantásticas, grande esperança mas....... alguns olhares tristes.


Ver link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=y4Kcy_4TnOQ

terça-feira, 2 de março de 2010

Matthieu Ricard no Porto, 8 de Março, 18.30: "A necessidade de altruísmo"




Matthieu Ricard, o conhecido monge budista francês, estará no Porto para dar uma Conferência Pública, no dia 8 de Março a convite da C.A.S.A. (Centro de Apoio ao Sem Abrigo). A conferência terá o título “A Necessidade de Altruísmo” e terá lugar na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda.
Data: 8 de Março de 2010 às 18h30
Local: Fundação Dr. António Cupertino Miranda, Av. da Boavista, 4245, 4100-140 Porto
Preço: 15 € / estudante: 10 €
O valor angariado reverte a favor da instituição CASA - Centro de Apoio ao Sem Abrigo

Mais informações:
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CASA - Centro de Apoio ao Sem Abrigo
Morada: Rua Álvaro Castelões, 229, 3º
4450-041 Matosinhos
tel.: 22 937 84 46 tlm.: 91 777 21 57 / 91 493 59 07
email: casa.apoioaosemabrigo.porto@gmail.com

Sobre Matthieu Ricard

Matthieu Ricard é um monge budista francês, fotógrafo e autor. Vive e trabalha no mosteiro Shechen Tennyi Dargyeling no Nepal, Himalaias, há quarenta anos.
Nascido em França em 1946, filho do conhecido filósofo francês Jean-François Revel, cresceu no seio das ideias e personalidades dos círculos intelectuais franceses. Viajou para a Índia em 1967.
Doutorado em genética molecular no Instituto Pasteur de Paris em 1972, decidiu abandonar a sua carreira científica e concentrar-se na prática do budismo tibetano. Estudou com Kangyur Rinpoche e alguns outros grandes mestres dessa tradição e tornou-se estudante próximo e auxiliar de Dilgo Khyentse Rinpoche, até ao seu falecimento em 1991. Desde então, tem dedicado a sua actividade à realização da visão de Dilgo Khyentse Rinpoche.
As fotografias de Matthieu Ricard de mestres espirituais, das paisagens e das pessoas dos Himalaias têm aparecido em inúmeros livros e revistas. Henri Cartier-Bresson disse do seu trabalho, ”a vida espiritual de Matthieu e a sua câmera são um só, donde brotam estas imagens, fugazes e eternas“.
Ele é o autor e fotógrafo de “Tibet, An Inner Journey” e “Monk Dancers of Tibet” e, em colaboração, os fotolivros “Buddhist Himalayas”, “Journey to Enlightenment” e recentemente “Motionless Journey: From a Hermitage in the Himalayas”. Matthieu Ricard é o tradutor de diversos textos budistas, incluindo “The Life of Shabkar”.
O diálogo com seu pai, Jean-François Revel, em “O Monge e o Filósofo”, foi um best-seller na Europa e foi traduzido para 21 idiomas, e “The Quantum and the Lotus” (em co-autoria com Trinh Xuan Thuan) refletem o seu interesse de longa data pela Ciência e o Budismo.
No seu livro de 2003 “Plaidoyer pour le Bonheur” (publicado em Inglês em 2006, como “Happiness: A Guide to Developing Life’s Most Important Skill”) explora o significado e plenitude da felicidade e foi um grande best-seller em França.
Matthieu Ricard foi apelidado de “a pessoa mais feliz do mundo” pelos media depois de ser voluntário para um estudo realizado na Universidade de Wisconsin-Madison sobre a felicidade, posicionando-se significativamente acima da média obtida após os testes de centenas de outros voluntários.
Membro do conselho do “Mind and Life Institute”, que é dedicado a encontros e pesquisa em colaboração entre cientistas e estudiosos budistas e praticantes de meditação, as suas contribuições foram publicadas em “Destructive Emotions” (editado por Daniel Goleman) e noutros livros de ensaios. Matthieu Ricard está também profundamente envolvido na investigação sobre o efeito do treino da mente sobre o cérebro, nas Universidades de Wisconsin-Madison, Princeton e Berkeley.
Matthieu Ricard foi condecorado com título de Cavaleiro da “Ordre National du Mérite” pelo presidente francês François Mitterrand pelos seus projetos humanitários e pelos seus esforços para preservar o património cultural dos Himalaias.
Ns últimos anos tem dedicado os seus esforços e doa todos os proventos do seu trabalho em favor the trinta projetos humanitários na Ásia, que incluem a manutenção e construção de clínicas, escolas e orfanatos na região: www.karuna-shechen.org
Desde 1989, actua como intérprete de Francês para S. S. o Dalai Lama.

(N.T.: Karuna significa “compaixão” em sânscrito)


Saudações

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CASA - Centro de Apoio ao Sem Abrigo
Morada: Rua Álvaro Castelões, 229, 3º
4450-041 Matosinhos
web: www.casa-apoioaosemabrigo.org
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