domingo, 22 de abril de 2012

Texto de Dzongsar Khyentse sobre a era das trevas, o fim do mundo e 2012.


The Buddhist Channel”, 30 de janeiro de 2012
Himachal Pradesh, India
Algumas pessoas dizem que a era das trevas, a era do vício – kaliyuga (o último dos quatro estágios que o mundo atravessará como parte do ciclo dos yugas descritos nas escrituras indianas), está acontecendo agora, ou no mínimo, se iniciará em breve. Alguns até mesmo temem que no final de 2012, o mundo do modo como o conhecemos, irá terminar.
Mas, o que determina se uma era é das trevas ou de ouro? Quais os sintomas e sinais? Terremotos, um céu púrpura, atividades meteóricas, estes não são presságios do juízo final, como nos fizeram crer.
Do mesmo modo, querubins voando, uma economia proeminente, liberdade de informação e tempos pacíficos não são necessariamente sinais de uma era de ouro.
A era de ouro ocorre quando as pessoas valorizam sentimentos como a empatia e o perdão, quando têm disposição para compreender o ponto de vista dos outros e se sentem contentes com o que possuem.
Quando tais valores são sistematicamente sabotados, então se pode dizer que o amanhecer do dia do juízo final já começou. Quando olhamos um mendigo inofensivo como sendo uma praga e invejamos os bilionários que destroem o planeta estamos contribuindo para o início do fim.
Como o Buda ensinou, tudo depende de causas e condições. Eras das trevas e eras de ouro não são uma exceção. Elas não são predestinadas, nem imprevisíveis ou caóticas.
O destino é algo condicionado. Nosso próprio “eu” determina tais causas e condições.Você pode criar seu destino, suas escolhas são o seu destino. Aquilo que somos e como somos nesse momento depende daquilo que fizemos no passado. E o que seremos no futuro depende do que somos e como somos agora.
Sakyamuni com seus pés de lótus, pode aproximar-se da sua porta e oferecer sua tigela, mas se continuarmos obcecados por relógios Patek Philipe, fama e amigos, ou por um abdômen malhado, então a verdade do Buda irá nos incomodar, se tornará uma verdade inconveniente.
Muito embora possamos estar no meio da Kaliyuga – sujeitos a uma infinidade de causas e condições de uma época de escuridão, facilmente distraídos e presos a pensamentos ligados a nossa própria auto-preservação e aspirando encontrar referenciais em valores materialistas ou consumistas – podemos tirar vantagem dessa situação.
Diz-se que durante os tempos de degenerescência a compaixão dos Budas e dos Bodisatvas se torna ainda mais fortalecida. Alguém espiritualmente capacitado pode tirar proveito dessa situação. A era da escuridão pode ser como um lembrete da urgência e da preciosidade do Buda, do Darma e da Sanga.
Como seres que dependem de condições, temos que buscar a luz, e cultivar as condições que nos tragam luz. Precisamos constantemente nos lembrar do oposto do materialismo. Para isso, precisamos da imagem do Buda, do som do Darma, e da estrutura da Sanga.
Nos últimos anos perdemos algumas das maiores manifestações do Buda, como Kyabje Trulshik RinpocheMindroling Trinchen Rinpoche e Penor Rinpoche, que foram grandes inspirações e lembranças. Mas, embora essas manifestações tenham se dissolvido, tenha em mente que a sua compaixão desconhece o significado das limitações.
Dentro do espírito de onde há uma demanda, há uma oferta, devemos ter aspirações e  anseios de que as manifestações dos Budas e Bodisatvas nunca cessem, e – usando um termo da moda – que seus renascimentos sejam rápidos.
Mas tal renascimento não deve se limitar à figura de uma criança tibetana, criada no interior da tradição e de uma cultura particular. Podemos aspirar que os Budas renasçam de todas formas, mesmo como algo aparentemente tão insignificante como uma brisa, para nos lembrar de valores como amor, compaixão e tolerância.
Devemos gerar um campo magnético para que miríades de manifestações do Buda possam surgir e não apenas tulkus que slata de trono em trono ou que dirigem um Rolls Royce, produtos muitas vezes de um nepotismo religioso.
Dzongsar Jamyang Khyentse Rinpoche, também conhecido como Khyentse Norbu, é um lama butanês, cineasta e escritor. Seus dois filmes mais importantes são A Copa (1999) e Viajantes e Mágicos (2003). Ele é o autor do livro “O Que Faz Você Ser Budista?”.(BRASIL) Tradução Brenda Neves. Revisão Letícia Ramos, Miguel Berredo e Carmen Jinpa.
EM PORTUGAL: O Que Não Faz de Ti Um Budista (wook.pt) explica-nos os 4 selos ou verdades que fazem de nós budistas para lá das aparências.

sábado, 7 de abril de 2012

Lama Denys em Lisboa


à venda por encomenda: sangha rimay


Seminário: A Meditação
A atenção plena é o estado cognitivo de presença sensorial caracterizado pela abertura, a atenção, e o não apego. É o estado ensinado na tradição do Buddha como sendo o estado de meditação profunda. A meditação profunda é experiência é natural e universal, presente no coração de todas as vias espirituais, passível de ser descoberto numa abordagem experimental e agnóstica.Sabe-se hoje que além das sua virtudes espirituais, a meditação profunda tem imensos benefícios em diversas áreas como a redução do stress, a gestão da dor, a melhoria das defesas do organismo... e o bem-estar generalizado.
Durante o seminário, aberto a todos, budistas e não-budistas, com pouca ou muita experiência na prática da meditação, Denys Rinpoché proporá exercícios e métodos simples que promovem a unificação do corpo e da mente, religando-nos ao instante presente através da respiração e das sensações corporais.
 

Este seminário será orientado por 
Denys Rinpoché. (biografia no link)

O Seminário-retiro decorrerá nos dias 28, 29 e 30 de Abril na União Budista Portuguesa (Av. 5 de Outubro, n.º 122, 8.º esq., Lisboa) entre as 10h00 e as 17h00.
Cada participante deverá trazer o seu tapete e uma merenda vegetariana/vegana para partilhar durante a hora de almoço (12h30 às 14h00).
O custo de participação é de 25 € por dia e recomenda-se a sua presença nos três dias. O pagamento poderá ser efetuado através de transferência bancária para a conta N.º 0125 001949800 da Caixa Geral de Depósitos — NIB 0035 0125 00001949800 85. O comprovativo de transferência deverá ser enviado para o endereço de correio eletrónico geral@SanghaRimayLusofono.net
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Se tiver alguma dúvida ou dificuldade por favor contacte-nos através do endereço de correio eletrónico ou através do telefone (+351) 933 284 587.
Preencha o formulário seguinte para proceder à sua inscrição. veja aqui:
http://www.sangharimaylusofono.net/p/rinpoche-2012.html

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lenbramos que hoje dia 7 de abril até dia 9 de abril se inicia em França uma secção de orações no instituto Karma Ling . sobre o Karmapa consultar o site http://www.kagyuoffice-fr.org/17e_karmapa/

terça-feira, 3 de abril de 2012

O Vaticano enviou uma mensagem aos budistas de todo o mundo por ocasião da festividade, o “Vesakh”.



Thai Novo ano festa da água13.04. 2012


lembrar que está a caminho de Portugal o Mosteiro Budista Theravada da Tradição da Floresta da Tailândia.


Aproxima-se a chegada dos monges a Portugal e as preparações para este evento estão em curso. Ajahn Vajiro, actualmente na nova Zelândia, virá para o Reino Unido, no inicio de Julho, de onde partirá para Portugal com outros dois monges, o Venerável Subbadho e o Venerável Kancano.
O plano é partirem de Inglaterra no dia 13 de Julho. A viajem será feita de carro atravessando o mar no ferry-boat que parte de Portsmouth e atraca em Bilbao, no norte de Espanha. Para tal serão acompanhados por Julian Wall, um amigo e colaborador do Sangha que se disponibilizou para tomar parte desta aventura. Após a chegada a Bilbao irão dirigir-se a Santiago de Compostela. Os viajantes entrarão em Portugal pelo Gerês indo também visitar o Bom Jesus de Braga.
Assim, espera-se que os nossos pioneiros cheguem a Lisboa por volta do dia 18 de Julho, onde irão então determinar o Vassa, período que corresponde à época das chuvas na Ásia e durante o qual é tradição os monges permanecerem fixos num determinado local. Este ano o Vassa começa no início de Agosto, estendendo-se até finais de Outubro.
Dá-se assim início à presença do Sangha residente em Portugal
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O Vaticano enviou uma mensagem aos budistas de todo o mundo por ocasião da sua principal festividade, o “Vesakh”. (audio no site da radio renascença) 

"Como budistas, vós transmitis aos jovens a necessária sabedoria de abster-se de prejudicar os outros e de viver uma vida de generosidade e compaixão, uma pratica que deve ser apreciada e reconhecida como um dom precioso para a sociedade. Esta é uma maneira concreta com a qual a religião contribui para educar as jovens gerações a partilhar a responsabilidade e cooperar com os outros." link _Mensagem para a Festa do Vesakh/Hanamatsuri 2012

 “A paz, a justiça social, uma economia mais justa, uma organização política mais participativa, uma consciência cívica mais activa, preocupação com o estado do planeta e a relação do homem com outros seres vivos”, explica o presidente da União Budista Portuguesa.

Paulo Borges elogiou ainda as palavras da Santa Sé: “Fico contente por esta ser uma mensagem dirigida aos budistas por ocasião duma festividade que é a mais importante da nossa tradição”. O responsável acrescentou estar satisfeito com a “abertura do Vaticano, no sentido, de promover, cada vez mais, o diálogo inter-religioso e entre as culturas”.

Uma consciência ética mais global é uma das propostas da comunidade budista em Portugal.