Apesar de se tratar de uma iniciativa da responsabilidade da UBP, Paulo Borges, presidente da organização, garante que ela será aberta a toda a gente. "A tradição budista é uma tradição aberta ao diálogo com outras religiões e este projecto terá actividades budistas, mas não só. Queremos juntar na mesma mesa crentes, não-crentes, ateus e agnósticos e sensibilizar as pessoas para uma cultura da paz, da tolerância e diálogo."
À semelhança do que tem vindo a ser feito na comunidade cristã sediada em Taizé, França, Paulo Borges pretende que o centro tenha um papel de integração e atracção, partindo da filosofia budista. O projecto revela também uma preocupação em dinamizar o Parque Florestal de Monsanto para que ele possa ser um "ex-líbris da cidade, para turistas e habitantes".
Paulo Borges vê neste projecto a possibilidade de fazer de Lisboa "um ponto de encontro, de diálogo e harmonia entre religiões, culturas e civilizações". A ideia do cruzamento de culturas, acrescenta, surge como "o grande desafio" do século XXI. "Nós não podemos continuar a viver de costas voltadas, precisamos de uma globalização que não seja apenas económica e financeira, mas de autoconhecimento e respeito mútuo".
15 mil budistas em Portugal
Em Portugal, o budismo tem-se desenvolvido nas últimas décadas e estima-se que existam actualmente cerca de 15 mil praticantes. Só em Lisboa há uma centena de pessoas que mensalmente surgem para frequentar as actividades da União Budista, criada em 1997. Esta religião era, no entanto, salienta o vereador José Sá Fernandes, "a única sem templo em Lisboa".
Para que a Casa da Paz seja possível, vai ser lançado o projecto Um Templo para Monsanto, destinado a captar recursos para a requalificação do espaço cedido pela autarquia para o efeito. As obras do edifício, um antigo restaurante junto ao miradouro Luneta dos Quartéis, estão avaliadas em 350 mil euros.
A UBP conta já com parte desta verba, mas espera conseguir a restante através de parcerias e eventos . "Para além do dinheiro, precisamos de apoio em serviços", diz Marta Lucas, coordenadora do projecto. As paredes do edifício, devoluto e coberto de graffiti, darão lugar a uma arquitectura moderna e integrada na paisagem de Monsanto, onde o olhar se perde no verde, o espaço ideal para o recolher silencioso e meditativo.
O interior do espaço terá uma sala de ioga, uma biblioteca, uma cafetaria, quartos para visita e estadia de lamas (líderes budistas) um templo e um stupa, um pequeno monumento budista tradicional.
Budistas vão ter um templo em Lisboa no próximo ano | P3
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