sábado, 18 de junho de 2011

o caminho da grande perfeição



é um guia absolutamente inspirador e único para aqueles que desejam estudar e praticar o budismo. Esperei muito para ver estas palavras traduzidas para português ... ponham-nas em prática. "Pema Wangyal Rinpoche, In Prefácio à Edição Portuguesa, ed. ésquilo, 2007

Para realizar uma transferencia é preciso esperar o momento certo, senão arriscamo-nos a perder tudo disse Patrul Rinpoche (1808-1887- hoje é o seu aniversário) um grande mestre tibetano que passou grande parte de sua vida viajando de um lugar a outro como um iogue, meditando em cavernas isoladas e visitando locais sagrados."cão ou cachorro velho" era o seu nome esotérico que lhe tinha sido dado por um outro mestre. Patrül Rinpoche viu que as propriedades e as condições desejáveis — como ter uma abundância de comida, boas roupas, moradias confortáveis, cumprimentos e fama — são mais um obstáculo do que suporte no progresso espiritual.

um episódio da sua vida:
" Ele era uma pessoa de grande humildade e simplicidade, ainda assim era hábil para acomodar muitos eruditos nobres, ricos, poderosos e famosos como seus discípulos. Muitos discípulos em vestes de brocado, rodeados por hostes de séqüitos, vinham aos pés deste habitante solitário com roupas velhas, esfarrapadas e remendadas, que dificilmente tinha tsampa suficiente para comer ou combustível para aquecer chá. Até mesmo havia ocasiões em que sua humildade envergonhava as pessoas envoltas em brocado cavalgando cavalos, e Patrül Rinpoche expunha suas fraquezas.

Uma vez, Patrül Rinpoche viajou através de um campo nômade a pé, como de costume. Parou em uma família com uma grande tenda e perguntou se poderiam deixá-lo descansar durante alguns dias, pois estava exausto. A família perguntou, "Você pode ler preces?" Patrül Rinpoche respondeu, "Um pouco." Então, eles permitiram alegremente que Patrül Rinpoche entrasse e o deixaram se instalar no canto inferior da tenda. Muitas pessoas estavam ocupadas fazendo objetos rituais, colocando tendas, construindo assentos altos e cozinhando comida para um grande lama e sua comitiva, que estavam vindo para realizar uma cerimônia importante. Quando ouviram que o grande lama estava chegando e todos correram para recebê-lo. Patrül Rinpoche não saiu. As pessoas quase o arrastaram para que se apresentasse diante do lama.
O lama, vestido em brocado, saiu com toda pompa de quase quarenta cavaleiros em comitiva, segurando estandartes em suas mãos como se fosse em um jogo. Quando o grande lama viu Patrül Rinpoche, ele pulou do seu cavalo e caiu aos pés do mestre, envergonhado com sua pomposa exibição insignificante diante da presença significativa e humilde do grande Patrül Rinpoche. O lama era um discípulo de Patrül Rinpoche. A partir daquele dia, o lama renunciou ao seu modo de vida pomposo, tornou-se um eremita e nunca mais andou a cavalo novamente, mas sim caminhava quando viajava por aí. As pessoas acreditaram que Patrül Rinpoche tinha previsto este encontro através de sua clarividência, uma capacidade que tinha mostrado muitas vezes."

No Tibet Oriental, Patrül Rinpoche talvez tenha sido o mais instrumental em fazer o Om Mani Padme Hum ser a respiração perpétua de muitas pessoas.


Este seu livro foi 1º traduzido em françês, depois em inglês e espanhol, e em 2007 em português e no brasil em 2008_A imagem da capa do livro no brasil é um detalhe do mural da capela Gheku, no Monastério de Samye, Tibete. Ela ilustra as Oito Substâncias Auspiciosas (o espelho, o iogurte, o medicamento, a grama durva , a fruta bilva , a concha branca, o cinabre em pó e a semente de mostrada branca) que foram oferecidas a Buda Śākyamuni e representam o Nobre Caminho Óctuplo (compreensão, pensamento, atenção plena, fala, ação, esforço, concentração e meio de vida corretos).



















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