Em qualquer caso, vendo objetivamente, só há dois tipos de inimigos. Ou eles são intrinsecamente hostis -- caso em que se magoar por seu comportamento é tão absurdo como ficar ressentido com o fogo por ele ser quente -- ou eles no fundo têm boa intenção mas sucumbiram temporariamente a uma crise devido aos venenos. Nesse caso também a inimizade não tem sentido: é tão tola quanto ficar ressentido com o céu quando ele está cheio de fumaça.
Além disso, quando alguém me ataca com um bastão, não fico bravo com o bastão, mas com a pessoa que me bate. Pela mesma razão não tem lógica odiar meus inimigos. Eles podem brandir suas armas, mas estão sob o domínio de seus venenos. Então são essas emoções, das quais eles são vítimas, que eu devo ressentir.
Grupo de tradução Padmakara
na introdução do livro "The Way of the Bodhisattva"
de Shantideva (Índia, séc. VII)
Para o bem de todos os seres
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